domingo, 27 de dezembro de 2009

Famoso jogador de futebol.


Recebemos em Maceió, certa vez, um famoso jogador de futebol e sua família, incluindo pai, mãe, esposa e filhos. Todos ficaram hospedados em apartamentos do mesmo andar.

O Sr. Robertinho (não posso dizer o nome dele, né?) e sua esposa fizeram logo amizade com um casal com quem conversavam muito na piscina, almoçavam juntos, faziam passeios, etc. Este casal também estava hospedado no hotel e era de São Paulo.

Numa bela manhã o Sr. Robertinho apareceu na recepção do hotel dizendo que havia sofrido uma tentativa de assalto ao sair da sauna do hotel. Junto com ele estava um segurança do hotel. Chamei-o para a minha sala a fim de ouvir seu relato e tomar as providências cabíveis. O segurança acompanhou-o.

O segurança disse que, ao fazer a ronda, encontrou o Sr. Robertinho pendurado na marquise que cobre o corredor lateral da sauna, e que ajudou-o a descer.

A história foi assim relatada pelo Sr. Robertinho:

- Estava saindo da sauna, com a carteira dentro de um saco plástico, mais a chave do apartamento. Quando andava pelo corredor para chegar à recepção, um garoto de cerca de 15 anos pulou o muro que dá acesso à quadra de tênis e, com um canivete apontado para mim, pediu que eu entregasse tudo. Bati na mão dele, derrubei o canivete e ele saiu correndo. Fui atrás dele e ele subiu na marquise e eu fiz o mesmo. Quando chegou na ponta da marquise, ele pulou lá pra baixo, no estacionamento. Fui fazer o mesmo para continuar seguindo, mas é muito alto e preferi não me arriscar. Quando estava descendo da marquise, o segurança me encontrou. Ele foi até a garagem do prédio mas não encontrou ninguém, então o moleque fugiu.

- O senhor quer registrar uma queixa? - perguntei.

- Não é necessário. Só decidi contar a história pra vocês tomarem mais cuidado, pois aquele muro é um ponto fraco do hotel, e qualquer um pode pular e entrar aqui para assaltar os hóspedes.

- O senhor tem certeza que não quer registrar uma queixa? Nós podemos chamar a polícia e resolver tudo - continuei insistindo.

- Não! Deixa prá lá... ele não roubou nada de mim... esquece a história, tá bem?

- Tudo bem, Sr. Robertinho, mas se o senhor mudar de idéia pode falar comigo.

O Sr. Robertinho agradeceu e foi para seu apartamento.

Depois, conversando com o segurança e obtendo informações com outros funcionários do hotel, matamos a charada:

O casal com quem o Sr. Robertinho fez amizade, estava hospedado no primeiro andar, logo acima do ponto onde houve o suposto assalto. Ninguém viu o Sr. Robertinho na sauna, nem a funcionária que lá trabalhava. O garçon disse que estavam todos na piscina, e que a esposa do rapaz de São Paulo, saiu da mesa e foi em direção à recepção. Alguns minutos depois o Sr. Robertinho disse que iria subir, tomar um banho e tirar um cochilo. Ficaram na piscina o pai, a mãe e a esposa do Sr. Robertinho, e o marido da mocinha com dor de cabeça.

Pra bom entendor meia palavra basta... rsrsrs.

Não satisfeito, fui conversar com o casal de São Paulo. Ela disse que estava assistindo TV, quando ouviu um barulho vindo da varanda do seu apartamento e quando saiu para ver, viu o Sr. Robertinho correndo atrás de um garoto em cima da marquise do prédio, justamente na hora em que seu marido entrou no apartamento. O marido, por sua vez, disse que ao entrar no apartamento, viu sua esposa na varando do prédio, e ao aproximar-se para ver do que se tratava, viu o Sr. Robertinho descendo da marquise do prédio com a ajuda do segurança, gritando "é assalto, é assalto".

Ficamos todos satisfeitos com a história. Anotei no Log Book a versão do Sr. Robertinho e as constatações feitas com os funcionários do hotel.

Podem tirar suas próprias conclusões!

Fonte da imagem: http://www.globalhotelindex.com/hotel_pictures/2253/2253369/normal/2253369.jpg

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