sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

A mulher do 18 - parte II

Havíamos recebido a comitiva de Portugal para as comemorações dos 500 anos do Brasil. Reservamos para a comitiva os apartamentos dos andares 16 a 24, inclusive a suíte presidencial. Para facilitar o trabalho de check in, montamos uma recepção em cada andar, onde um(a) recepcionista faria a entrega de chaves e colheria os documentos necessários à efetivação do check in. Este dia foi uma correria danada, mas terminou com tudo perfeito, exceto pela mulher do 18...
Após todos os check in terem sido feitos, eu a Chefe de Recepção subimos para recolher os documentos que sobraram e fechar as gavetas das mesas que seriam recolhidas pelo pessoal da governança. Pegamos o elevador e subimos até o 16, recolhemos tudo, checamos tudo e subimos de escada para o 17, onde repetimos tudo novamente. Subimos novamente de escada para o 18, recolhemos tudo, fechamos as gavetas e então a Chefe de Recepção me disse:
- Estamos sob forte influência dos hóspedes do andar... por que não subimos ao 24 e vamos descendo as escadas? Melhor que ficar subindo, certo?
Concordei plenamente. Apertamos o botão do elevador e ficamos olhando o Farol da Barra distante, brilhando na noite soteropolitana. O hotel tinha duas vidraças do teto ao chão no hall dos elevadores, com uma barra de proteção a cerca de um metro de altura do chão. Uma vidraça com vista para o Farol da Barra e a outra, do lado oposto, para o Farol de Itapuã.
- Moramos numa cidade abençoada – disse e Chefe de Recepção, admirando a beleza da noite, observação que concordei plenamente.
Neste momento senti um frio na espinha e só escutei a seguinte frase vindo da Chefe de Recepção:
- Ela está aqui.
Olhando pelo reflexo da vidraça, percebia-se claramente uma mulher parada à porta do elevador. Uma mulher normal, de vestido claro. Não era loira, nem deu tempo pra ver tantos detalhes, mas eu só respondi:
- Vamos sair daqui!
Ao me virar para correr para o hall dos elevadores de serviço, onde ficavam as escadas, vi que não havia ninguém à porta do elevador. Tanto pior, pois ficamos apavorados e corremos para o 19 feito loucos.
No 19 nos sentíamos protegidos. Sentamo-nos no chão e ficamos ofegantes, um olhando para a cara do outro, sem tecer nenhum comentário. Pensamos em subir até o 24 pela escada, mas seria demais. Parados à frente do elevador no 19º andar, depois de termos recolhido tudo e fechado as gavetas da mesa, ficávamos apenas torcendo para que não houvesse uma mulher de vestido claro dentro do elevador quando a porta se abrisse. É óbvio que isto não aconteceu.
Terminamos nossa tarefa, descemos para a Recepção e fizemos todos os check in no sistema. Demoramos muito para contar esta experiência aos demais, mas é sempre uma das nossas histórias prediletas quando me encontro com todos em minhas viagens a Salvador.

3 comentários:

  1. Ahahahaha
    O melhor é vc repetindo a cara q fez qdo viu a mulher, kkkkk

    Ai ai, ainda me arrepio qdo lembro da construção na faculdade, aquela chuva e vc falando damulher,kkkk

    saudade

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  2. Nosssaa essa historia eh de arrepia professooorr..
    eu naum qro nunk me hospedar nesse hotel..sou a criat5ura mais medrosa desse mundo..kkkkkk
    saudades
    Bjus Suelen/Hellen

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  3. Nossa... toda vez que eu falo de algum hotel em SSA eu lembro dessa história...

    Abraços

    Fabio Miranda

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